One day after the other...

quarta-feira, março 08, 2006

Back to Portugalsko!


Olá... não, ainda não morri, andava era numa espécie de encantamento devido às férias, só foi uma semanita, mas valeu a pena passar por Praga, e voltar a revisitar certas coisas, e reencontrar velhos amigos, agora com mais um factor... a neve, e nem estava um frio de “morrer”, era bem suportável, nem o casacão que levei para temperaturas do Árctico teve uso, mas, mais valia prevenir que remediar.
Praga continua na mesma, e se eu por muito que quisesse esquecer Portugal durante 1 semana, era-me impossível, sim... os Portugueses andavam por lá, qual turista acidental, de bigodinho, e casaco de cabedal, e com o pitoresco palito na boca, não muito á vontade visto não estar no seu “habitat” natural, mas ainda bem, é sinal que onde quer que a gente vá, haverá sempre alguém a representar as nossas cores, não deve haver muitos sítios onde não hajam portugueses, o mesmo cenário aconteceu em Budapeste, na Hungria, as 2 senhoras que estavam à minha frente numa fila para ver o parlamento Húngaro, falavam perfeito português, e quando eu comecei a falar com o meu primo, elas ainda pensaram que nós fôssemos italianos, mas lá para o fim compreenderam que afinal nós éramos mesmo portugueses, a partir daqui cria-se uma espécie de contenção de palavras, porque parece que não, o facto de ninguém perceber português estando no estrangeiro é um bom sentimento, e falamos tudo o que quisermos sem ninguém olhar para nós com ar reprovador, ou de indignação, até podemos dizer palavrões aos policias que eles ficam na mesma, as senhoras depois só falavam da história contemporânea da Hungria e coisas com nível e classe, nada de disparates, enquanto isso eu o meu primo, tomávamos conta de 1 tipo que manobrava um “buldozzer” como se fosse um carrinho de brincar, e pensávamos que era fixe ter aquilo em casa e fazer coisas engraçadas no quintal com um equipamento daqueles...Gajos!
A Viagem a Budapeste também foi engraçada, 8 horas de comboio non-stop, num compartimento que por sorte ia vazia, e sempre deu para dormir em “part-time”, porque cada vez que se passava a fronteira da Rép. Checa, para a Eslováquia depois para a Hungria, éramos brutalmente acordados por um tipo com cara de poucos amigos, com uma lanterna na mão, que só ladrava num tom altivo e sem grande sentimento de culpa por nos acordar a meio da madrugada qualquer coisa como: “PASSPORT!”, depois da papelada tratada, voltávamos outra vez ao nosso “mini-sono”, para 5 minutos depois, ou menos que isso quando já estávamos outra vez a ressonar, aparecer outra figura, esta era bem mais simpática que a outra, mas mesmo assim não saía dali sem picar o Bilhete, depois de ele se ir embora, estes episódios repetiam-se cada vez que se passava uma fronteira, as minhas pestanas ao outro dia andavam pesadas, e queriam fechar-se à primeira oportunidade que aparece-se, mas depois de beber um retemperador suminho de néctar de alperce com laranja (e outros frutos com muitas vitaminas de certeza), que por acaso deixou o meu companheiro de viagem com uma grande dor de barriga, no meu caso foi mais pacífico, e deixou-me fresco como uma alface, depois de comermos uma sandes de atum e queijo daquele completamente esburacado, e um iogurte de 0,5 litro, fizémo-nos à estrada, e calcorreámos as ruas de Budapeste, debaixo de um manto de neve.
O “highlight” da viagem a Budapeste, foi termos ido às famosas Termas de Budapeste, para além de piscinas interiores com água quente, havia 3 piscinas ao ar livre, com água a uma temperatura de 38º, nós experimentámos essas primeiro, e foi um sacrifício ir até lá porque para chegar lá tínhamos que primeiro apanhar com a temperatura exterior de -3, mas quando lá chegávamos era um alívio, o outro sacrifício era para sair de lá, mas lá conseguimos ir para as piscinas no interior, onde já se podia circular à vontade sem grandes pressas até às outras piscinas todas aquecidas, com temperatura diversas que iam dos 28º aos 38º, claro que a nossa eleita foi a de 38º, havia lá um aviso que aconselhava que o ideal era só ficar no máximo meia hora na piscina, mas nós fizemos o grande sacrifício de ficar lá umas 3 horas, o resultado não foi o melhor, os dedos das mãos ficaram irreconhecíveis, e até pensei que já não conseguia sair de lá de outra forma senão de maca, aquilo deixa uma pessoa muito relaxada, ...mesmo muito relaxada.
Como tudo o que é bom tem um fim, as minhas férias acabaram e tive que voltar para casa, tive que esperar nos aeroportos pelos voos, já que fiz escala em Londres, e se há coisa que me irrita é ver pessoal que passa à frente na fila, como não quer a coisa, e não respeitar as outras pessoas que já lá estão à 1 hora na “bicha”, vi muitos portugueses a fazer isso, mas não somos caso isolado infelizmente, são os chamados “Xicos-Espertos”.
Outra coisa que me irrita nestas coisas, é que num voo que vai para Portugal, cheio de Portugueses, anunciarem que o voo vai partir, (e outras informações), tudo em espanhol, e inglês, nada de português, como se ainda não fosse demasiado humilhante, ainda havia portugueses que achavam que percebiam muito bem o que ela dizia em espanhol, nestas alturas só me apetece berrar aos ouvidos dessas pessoas, que... nós não somos espanhóis nem nunca iremos ser, eu gostava era que toda a gente fizesse por NÃO perceber o que a hospedeira de bordo dizia, e em vez disso cantássemos em voz alta o Hino nacional, mas em vez disso acotovelavam-se todos para ver quem entrava primeiro no avião, quem sabe um dia as pessoas ponham Portugal no mapa, e se lembrem que nós não somos uma província espanhola.
Mas o Balanço foi positivo, foi uma semana em grande, ah...! e as termas de Budapeste deixam mesmo uma pessoa muito relaxada, ...mesmo muito relaxada.